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Um ano, já?! O que vivemos e aprendemos

Estamos completando 365 dias de viagem!

Foram muitas experiências, aprendizados, alegrias, cansaços, milhares de quilômetros percorridos, centenas de horas em carros, ônibus, trens e aviões, de pesquisas no google... Encontro com novos e velhos amigos, família, gente linda, imersão em culturas diferentes, viagem para dentro de nós mesmos, saudades do conforto de casa e ao mesmo tempo vontade de viajar pelo resto da vida, retiros de silêncio, yoga, meditação, fotografia – ah, teve de tudo! Paisagens inesquecíveis, comidas maravilhosas cuidadosamente elaboradas, lanchinhos secos e rápidos, trilhas mansas e outras duras, safáris áridos, florestas úmidas com sanguessugas, dunas, desertos, praias maravilhosas, águas geladas, mar com tubarões, rios com crocodilos, templos, igrejas, sinagogas, mesquitas, fazendas orgânicas, cidades caóticas e sorrisos por toda parte! Ufa, acho que com mais umas 100 palavras, dava para fazer o resumão da nossa viagem! Hehe

Estatísticas: dando números às experiências

Para ajudar no resumo da viagem (e já que gostamos de uma boa tabela! hehe), fizemos algumas continhas e também nossa classificação (ranking) do melhor até agora.

O melhor de cada lugar

Sempre nos perguntam: Qual a melhor comida entre os países que vocês visitaram? E a paisagem mais incrível? E o país que vocês mais gostaram? Ahhhh, a comparação é sempre injusta! Mas... arriscamos fazer um resuminho das qualidades mais marcantes de cada país que visitamos e um jogo rápido de “O mais...”.


Resumo em um palavra sobre nossa visão sobre o país (e sua gente):


ÁFRICA DO SUL = colorida; BOTSUANA = encanto; CAMBOJA = queridos; IRLANDA = verde; ISRAEL = história; ITÁLIA = família; MALÁSIA = floresta; NAMÍBIA = selvagem; TAILÂNDIA = budismo; ÍNDIA = espiritualidade


E, considerando estes países visitados, o MAIS...

  • Barato: Tailândia (Índia também!)

  • Caro: Israel (Irlanda também!)

  • Rico em beleza cênica: África do Sul e Namíbia

  • Pobre em termos socioeconômicos: Camboja

E ainda, onde encontramos o/a MAIS INCRÍVEL:

  • Diversidade de flora: Malásia

  • Experiência no deserto: Namíbia

  • Praia: Tailândia

  • Beleza nos templos: Camboja

  • Atmosfera espiritual: Índia

  • Comida (vegetariana) = Itália, Israel, Tailândia e Índia – foi impossível escolher um país só!

  • Em vida selvagem: África do Sul

Experiências e ferramentas para uma viagem tranquila

Quando começamos a planejar a viagem, nos inspiramos em um dos textos de Jorge Larrosa Bondía intitulado “Notas sobre a experiência e o saber da experiência”. Selecionei um trecho aqui:

“Poderíamos dizer, de início, que a experiência é, em espanhol, “o que nos passa”. Em português se diria que a experiência é “o que nos acontece” (...). A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o que se passa, não é o que acontece, ou o que toca. A cada dia se passam muitas coisas, porém, ao mesmo tempo, quase nada nos acontece.”


Uma viagem pode nos tirar da zona de conforto, mudar completamente nossa rotina e, assim, sem o “piloto automático” do dia-a-dia, somos obrigados a estar mais presentes. Passamos a experenciar a vida, na sua plenitude, no aqui e agora. Para experenciar a vida no sentido de Bondía, é preciso brecar a ação automática, abrir a possibilidade para que algo realmente nos toque. Requer uma pausa para olhar, ouvir, sentir, cultivar a sutileza, falar sobre o que nos acontece, observar o que nos toca. Em oposição à cultura da velocidade, do “check list” de atrações turísticas, do excesso de informação, nesta viagem buscamos experenciar o lento, a natureza, as culturas e as histórias de vida dos nossos anfitriões.


Sabemos que ao sairmos da zona de conforto, o estresse, a ansiedade, os conflitos internos e com o/a parceira/o, família e amigos podem emergir. O que pode ser ótimo, para aqueles que querem e aprenderam a curar suas feridas internas. Entretanto, não raramente vemos casais se divorciando ou amigos que deixaram de se falar durante ou logo após uma viagem longa, não é mesmo?


Quando nos preparamos para uma viagem, buscamos ferramentas que nos ajudam a planejar e a ter uma viagem tranquila. Temos à disposição inúmeros livros e sites com dicas de roteiros, onde comprar passagens aéreas, como chegar a determinados locais, o que fazer, ver, onde se hospedar etc. Entretanto, nunca vimos em lugar algum como os viajantes lidam com as frustrações, ansiedade, inseguranças, riscos, dores no corpinho e na alma e perrengues em geral. Por isso, gostaríamos de compartilhar com vocês algumas “ferramentas” que têm nos ajudado durante o nosso percurso pelo mundo exterior e principalmente interno também. Nem de longe se tratam de conclusões ou dicas de autoajuda. São simplesmente conceitos e práticas inspirados nos autores que estamos lendo (Eckhart Tolle, Osho, Neale D. Walsch, don Miguel Ruiz) e nas nossas próprias experiências e que tem nos ajudado nessa jornada.

1) Tudo é passageiro. Sábias palavras que já foram proferidas por mestres e formam um dos ensinamentos do Budismo. Sim, a impermanência é uma característica desse plano. Os pensamentos, sentimentos, o que nos acontece, emerge e... se vai. Estamos passando por um perrengue? Calma, sabemos que vai passar... Estamos nos sentindo tristes? Olhamos para isso, não nos identificamos e nos lembramos: vai passar! Estamos felizes da vida? Notamos essa alegria, ela também é impermanente. Entretanto, a paz é nossa verdadeira natureza, aquilo que realmente somos: inabaláveis, indestrutíveis, permanentes. Como podemos ser abalados por um perrengue numa viagem? Só se assim acreditarmos. Nada, absolutamente nada pode sequer tocar a nossa paz interior!


2) As coisas são exatamente do modo que devem ser. Com essa certeza, nossas escolhas são mais fáceis e tendem a seguir o fluxo da vida. Sempre que sentimos que estamos “forçando” uma situação ou escolha, já aprendemos que este não é o caminho. Quanto mais confiamos no universo, mais suave, lindo e rico é, e tem sido, o nosso percurso.


3) Aceitar o momento e estar presente são antídotos para irritação e ansiedade. Isso está conectado com o item anterior. Estamos passando por dificuldades? Sim. E agora? Eckhart Tolle diz que perante qualquer situação que nos incomoda, temos três opções: a) aceitar a situação b) mudar a situação e c) afastar-se da situação. Quando não é possível afastar-se ou mudar a situação, então... aceite! Palavrinha mágica! Ele ainda diz que qualquer outra opção para além dessas é pura insanidade. Hehe Então, perante os perrengues da viagem (e da vida), rapidamente aplicamos uma das 3 opções. Tudo fica mais fácil! Quando estamos presentes, deixamos de usar suposições para o futuro e trazer as dores e frustrações do passado e revivenciá-las. Isso não significa que não planejamos questões práticas da viagem e também que não aprendemos com as experiências do passado. Apenas deixamos de lado o que Eckhart Tolle chama de “passado psicológico”, que insiste em voltar. Às vezes me vejo vagando em pensamentos longínquos e quando trago a atenção para o momento presente sinto toda a diferença! A vida acontece somente aqui e agora. E não no passado ou futuro. A meditação ajuda bastante nesse sentido e estamos exercitando cada dia mais.


4) O outro é o nosso espelho. Não importa se é o padeiro, o motorista do ônibus, seu marido, mulher ou seu filho. Todos são nossos espelhos e nos ajudam a nos (re)conhecermos. A projeção é um conceito complexo e não pretendo nem tentar entrar no assunto. Apenas menciono para contar como esse conceito esta sendo super útil durante a nossa viagem. Nas palavras de Eckhart Tolle: “Aquele que me irrita, é meu mestre”. Isso mesmo! Aquilo que nos incomoda nos outros é o que ainda não superamos em nós mesmos. Então, a partir da identificação daquilo que nos irrita e sabendo que “não há ninguém lá fora”, buscamos aceitar isso em nós mesmos e nos transformarmos a partir disso. Assim fica mais fácil aprender e ser grato ao outro por estar no nosso caminho, nos ensinando. Procuramos ficar bem atentos quando alguém nos irrita! Já sabemos: lá vem ensinamento! Estar conectado no presente também é fundamental para aprendermos com o outro!


Bem turminha, estamos escrevendo esse texto diretamente da Índia, mais precisamente literalmente de frente para o rio sagrado Ganges, ao som do mantra “ÔM NAMAH SHIVAYA". E com essas energias maravilhosas, aproveitamos para agradecer ao universo por tudo que vivemos, que nos tocou, que aprendemos e agradecer a vocês, queridos, por estarem nas nossas vidas!


Namaste!

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