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Mais 6.000km entre África do Sul, Namíbia e Botsuana

Foram 20 dias e 6.000km de belíssimas e inóspitas paisagens na Namíbia e Botsuana! Nossos guias dessa vez foram nossos amigos sul-africanos Callie e Lizzie com sua caminhonete e a equipadíssima caravan (espécie de pequeno trailer – confiram nas fotos). E com esse relato retornamos ao blog sobre nossa jornada interna e também pelo mundo! Todas as fotos dessa viagem estão nesse link: https://www.flickr.com/gp/expedio/301qN0

O Callie mora em Pretória, na África do Sul, é professor de Educação Ambiental na University of South Africa e adora acampar (no estilo sul-africano). Tem todos os apetrechos para garantir total autonomia na viagem – somente tínhamos que abastecer o veículo e comprar comida ao longo do caminho.

RESUMO DA VIAGEM - ou por onde passamos em cada país

África do Sul - Pretória, Witsand Nature Reserve, Augrabies Falls.

Namibia: Ai-Ais (Fish River Canion), Luderitz (cidade Alemã), Duwiseb Castle, Sesriem (Dunas de Sossosvlei), Swakopmund (cidade Alemã), Windhoek (capital da Namibia), Gobabis (fronteira com Botsuana).

Botsuana: Maun (delta do Okavango) e Nata (salar de Makgadikgadi).

Partimos de Pretoria no dia 01 de abril 2016 e seguimos rumo à Namíbia pelo norte da África do Sul. Até a fronteira foram dois dias com paradas na Reserva Natural de Witsand (que significa areias brancas em Africans) e nas cachoeiras no Parque Nacional Augrabies (onde já estivemos no giro anterior – link). A primeira noite foi num camping perto de Kimberly, na África do Sul. O casal amigo dormia na caravan e Clever e eu na barraca verde, que depois de tudo se tornou nossa maior amiga! Hehe. A segunda noite acampamos na Reserva Natural de Witsand e passamos muuuuuuuuuuuuio frio, apesar do saco de dormir, toquinha de la e fleece. Começamos a desconfiar que a viagem não seria assim tão fácil!

Depois das cachoeiras do Pq Nacional de Augrabies continuamos nosso percurso pela região semi-desértica da África do Sul em direção à Namíbia. A fronteira entre os dois países foi bem tranquila e pouco burocrática. Os brasileiros não precisam de visto e podem ficar ate 90 dias no País. Assim que entramos na Namíbia tivemos 2 grandes “surpresas”. A primeira foi uma chuva liiiiiinda logo na entrada! O pais é famoso por ter 360 dias de sol e apenas 5 de chuva, nos recepcionou com o céu coberto, chuvinha fina e um clima refrescante. Lembrei da minha avó, que dizia que chuva no início da jornada ou projeto e no casamento era sinal de bom pressagio. E não é que ela tinha razão! A segunda “surpresa” foi bem menos emocionante. No posto de gasolina logo na primeira vila que cruzamos, chamada Karasburg, um policial da fronteira se aproximou do nosso carro e na cara dura pediu propina, dizendo que era para uma obra de caridade!!!! O nosso amigo e motorista ficou em choque e não sabia o que fazer... No final acabou deixando vários Rands (moeda sul africana) com o meliante.

Da fronteira com a Namibia seguimos para Parque Nacional de Ai-Ais (lugar de aguas ferventes) - aguas termais e um oásis no meio de um deserto de pedras. Na região o maior rio é o Fish River que durante milhões de anos escavou um dos maiores cânions do mundo.

Depois de 2 noites acampando e passeando pelo Fish River Canyon (liiiindo!!) partimos para Luderitz, uma cidade alemã na costa do Atlântica cercada por deserto. O interesse alemão era nos diamantes e outros minerais. Dessa região também partiu Bartolomeu Dias para cruzar pela primeira vez o cabo das “Tormentas”.

No caminho cruzamos com os cavalos selvagens que vivem no deserto. Esses cavalos escaparam dos alemães na época da colonização e fugiram para o deserto, onde sobrevivem inacreditavelmente no deserto com muito pouca agua e comida!!!

Luderitz é uma charmosa cidade com estilo alemão, uma verdadeira alegria para o viajante, após centenas de quilômetros de deserto. A nossa primeira noite foi em um camping em um ilhote chamado “Shark Island”. Dali se tem um lindíssimo por-do-sol e se avista toda a cidade de Luderitz. A ilha é famosa por ventar muuuuuito e por ter abrigado um campo de concentração na época dos conflitos étnico-raciais e guerras na Namíbia.

Em nossa primeira noite quando já estávamos em nossa barraca e o casal amigo já estava dentro da caravan, começou, la pelas 23h00 um vento fortíssimo - acho que uns 80 km-hora!! Clever e eu acordamos com a barraca quase voando e decidimos abrir um pouquinho da “porta” da frente para avaliar a gravidade da situação. Fomos atingidos por um sopro quente e forte de poeira e areia direto na cara e a barraca ficou semi-inabitavel! Não tínhamos para onde ir... e então decidimos ficar firmes e fortes ali mesmo... Dez minutos depois “sentimos” que não seria possivel e que poderíamos "voar" junto com a barraca!! Acordamos o casal amigo que também estava “chacoalhando” dentro do trailer. Depois de breve “assembleia”, fui dormir dentro da caminhonete e o Clever, cheinho de areia, dormiu um cima da mesa de picnic, num lugarzinho mais abrigado do vento. Dormimos muito mal e entendemos a fama da ilha!! Hehehe. Na manha seguinte só pensávamos quando iriamos dormir novamente num local abrigado , sonhamos acordados com uma caminha com lençóis limpos e um chuveiro quentinho ao lado. Depois de passear de dia em Kolmanskup (vide abaixo), chegamos na Pousada Kairós, ao lado da Shark Island, gerenciado por uma uma família super acolhedora. Quando entramos no quarto e vimos aquela cama macia, com lençóis e toalhas limpinhos e ainda um chuveiro e banheiro ao lado, quase chorei! De verdade! Quanta alegria! Hehe Na manha seguinte o moco, um dos donos da pousada perguntou se eu tinha dormido bem e eu não me aguentei e soltei uma lagriminhas junto com meu “Yeeeeeeesssssssssss”!!

Kolmanskup hoje em dia é uma apenas uma vila em ruinas afundada nas dunas de areias. Foi uma cidade construída no meio do deserto com o proposito de ser a sede para os trabalhadores nos aluviões de diamantes no local. Ficamos muuuuuuuuuito impressionados. A vila tinha casas de dois andares, trem que cruzava e entregava diariamente alimentos nas casas, açougue, bar, fabrica de gelo, padaria, escola. Moravam cerca de 300 pessoas, entre engenheiros, professores, padeiros, crianças etc mais de 800 trabalhadores dos diamantes. No final da segunda guerra mundial as jazidas de diamantes já estavam bem reduzidas, outras reservas de diamantes na Namíbia foram encontradas e então a vila começou a se esvaziar. Quando finalmente o hospital fechou, os poucos habitantes deixaram a vila.

Aqui tem m relato e fotos bem interessantes http://www.lugaresesquecidos.com.br/2010/06/kolmanskop-cidade-engolida-pelo-deserto.html

Vale a pena uma visita, pra quem estiver em Luderitz!

Saindo de Luderitz seguimos para Sesriem, onde ficam as famosas dunas vermelhas de Sossosvlei. No caminho pernoitamos no Dwisib Castle camp, um curioso castelo com lindos e frondosos jacarandás (sim, jacarandás!) em seus jardins internos. Ele foi construído por um alemão no meio do deserto!! O pernoite foi tranquilo e com um lindo céu noturno, que será comum nos próximos dias no deserto.

No dia seguinte chegamos em Sesriem, no Tshauchab Camp. Tshauchab é o nome de um rio subterrâneo que corta o deserto e que vira rio muito raramente a cada 10 anos. Podemos ver apenas a linha de arvores no meio do deserto que acompanha o leito desse rio. Acampamos às margens do Tshauchab ao lado de uma figueira centenária em um local só pra gente.

A curiosidade desse camping é que os chuveiros são no interior dos troncos de figueiras enormes e o toilet é aberto (apenas 3 paredes e sem telhado!). Outra curiosidade é enooooooorme quantidade de moscas das frutas que ficam nas figueiras. No começo as moscas atrapalham um pouco, mas depois que elas percebem que não somos frutas elas nos deixam sossegados!! hehehe É tanta mosca que quando elas acordam ao raiar do dia parece que um gigantesco enxame de abelhas esta começando a levantar voo bem acima de nossa barraca!!

No primeiro dia na região de Sesriem visitamos uma seção do Naukluf Park onde existem piscinas naturais geladissimas no meio das montanhas no deserto a 45oC. Elas são formadas por um rio que percorre milhares de quilometros sob o deserto para ressurgir nessa região e desaparecer novamente sob as areias do deserto algumas centenas de metros mais à frente. Outro local imperdível!! No segundo dia visitamos finalmente as dunas de Sossusvlei. Sem palavras. Areias de diversas cores, incialmente em meio à montanhas, mas que depois se tranformam em um mar de areia. Nossa visita foi perto das 11 da manhã sob um calor de uns 44oC e umidade abaixo dos 10%, ou seja, bom pra fazer uva passa... hehehe. Tão quente que a gente teve que socorrer uma alemã que desmaiou no caminho de volta ao carro – alias descobrimos que a senhora alemã já tinha uma ponte safena colocada há pouco tempo... Bom exemplo da determinação alemã, ou... hehehe No terceiro dia bem cedo levantamos acampamento em direção à Swakopmund – outra cidade Alemã no litoral da Namíbia e cercada por deserto. No caminho passamos pelo vilarejo de Solitaire – onde choveu menos no ano passado todo que em uma única chuvinha de verão em São Carlos....hehehe. Cruzamos também o Tropico de Capricórnio e faltando apenas 2 km para chegarmos tivemos a sorte de ter um pneu furado e um estepe vazio... Sorte porque a dona do hostel onde iriamos ficar, veio nos resgatar. Aliás, sorte enoooooooorme, porque cruzamos centenas de quilômetros de deserto sem cruzar com uma “viva alma”... Em Swakopmund fomos ver a praia - só ver porque além das ondas enormes a agua congelava até picolé!! Visitamos o “Vale da Lua”, a laguna dos flamingos e jantamos em um restaurante-bar alemão com cerveja e comida alemãs :-)

Nosso próximo destino foi a capital da Namibia, Windhoek. Na tradução Windhoek (lê-se “Vantuque”) significa esquina do vento, ou “onde o vento faz a curva”... hehehe

A capital fica mais pro interior. É bem mais úmida e com bonitas florestas tipo cerrado. É uma cidade moderna, organizada, com avenidas largas e com povo bem hospitaleiro.

Acampamos quase dentro da cidade em um camping chamado Arrebusch Logde e com estrutura impressionante, incluindo piscina!!

Visitamos o centro da cidade, o centro de artesanato (para o desespero da Pazu porque não pudemos comprar nada já que estávamos apenas no nosso segundo mês de viagem...heheh) e o museu da independência, que foi onde descobrimos que Shark Island foi um campo de concentração. Fizemos uma refeição no “Joe’s Beer House”, um lugar bem curioso no estilo do Bar do Beba em São Carlos – todo feito de material reaproveitado!

Partindo de Windhoek fomos para Maun (a terceira maior cidade de Botswana), mas antes pernoitando em Gobabis em um camping na fronteira, ainda do lado da Namibia.

Passando pro lado de Botswana a paisagem natural, apesar de mais verde, não muda muito, mas a “paisagem”cultural muda bastante!! Vemos muito gado na estrada e cidades com espaços mais “abertos”.

Chegamos em Maun e fomos para o Audi Camp, também com ótima infraestrutura!! Maun é o portal para as visitas ao delta do Okavango e uma forma de fazer essa visita é de cima! Sim, nos permitimos essa “extravagancia” e sobrevoamos por uma hora o delta!! Sem comentários... Muito animais!! Elefantes, girafas, bufalos, hipopótamos... Valeu a pena. Ah!! O Clever passou super mal e quase vomitou – foi por isso que as quase 200 fotos que ele tirou não ficaram tão boas... hehehe

Em Maun ainda exploramos um pouquinho dos arredores do camping. Como havíamos visto desde o alto, a cidade possui espaços bem abertos e é pouco desenvolvida em estrutura urbana, apesar de bem limpa!

Saindo de Maun fomos direto para a cidade de Nata – outra importante cidade em Botswana. Ficamos no Nata camping acampados sob uma árvore de amarula – sim a do licor... De lá visitamos as “Makgadikgadi Pans” que são lagos rasos, mas muuuuito grandes.

E de Nata seguimos para a fronteira e finalmente para Pretoria. E é o fim de mais essa etapa de nossa viagem!!

As fotos dessa etapa da viagem estão nesse link do Flickr:

Após essa etapa seguimos novamente para Greyton para mais um mes de trabalho voluntário e em seguida fomos para a Italia!!

Como colher framboesas na Italia dá muito trabalho, não tivemos tempo para pensar nos posts da segunda estada em Greyton, nem no da Italia... hehehe. Mas aguardem, assim que possivel terminaremos esses posts!!!

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